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[PITSTOP] #6 - a morte do automobilismo brasileiro

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Mensagem por Chad Ter Ago 13, 2013 5:41 pm

Salve pessoal! Estamos de volta com mais uma coluna Pit Stop, desta vez falando sobre um tema muito crítico: a morte do automobilismo brasileiro.

Sem dúvidas o esporte a motor ainda é um grande esporte no Brasil, mas as categorias brasileiras não vem bem (muito pelo contrário). Temos uma grande decadência dos pilotos brasileiros (vide quantidade deles na F1) devido a vontade de chegar na mesma (exemplo de Pietro Fittipaldi), sem conseguir ver que a "categoria máxima do automobilismo" não é a única. Isso faz muita gente sair mal financeiramente devido aos custos, e os mesmos custos infelizmente dificultam o acesso do brasileiro ao esporte a motor.

Em 2012 tivemos nada mais do que OITO categorias extintas: Fórmula Futuro (categoria de monopostos que tinha como organizador Felipe Massa), Copa Linea (turismo), R1 GP 1000 (motociclismo), Audi DTCC (turismo), Top Series (dissidência da GT Brasil, gran-turismo), Copa Montana (antiga Pick-Up Racing, de turismo), Mini Challenge (turismo) e Copa Peugeot (rally). O fim delas ocorre devido a uma certa "falta" de pilotos e também falta de interesse dos patrocinadores, que veem como único meio de se ganhar dinheiro o futebol.

Mas... como melhorar essa situação?

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Uma estratégia que poderia ser bem usada seria o maior investimento no automobilismo. Mas antes, o ideal seria extirpar os cânceres que existem nas direções da CBA e VICAR, e colocar gente realmente competente nos cargos (de preferência ex-pilotos e aficcionados).

Depois, poderia ser feita uma categoria mais profissional e que se aproximasse mais do público, tendo carros bem próximos dos que vemos na rua (como exemplo a NASCAR). Tendo uma organização boa o problema poderia ser resolvido.

Mas não se deve pensar somente no principal... os dirigentes poderiam muito bem se basear nesse trecho de entrevista que o Emerson Fittipaldi deu ao Tazio em setembro de 2012:

Lucas Santochi – Nos últimos anos, tornou-se mais fácil no Brasil reunir um pacote financeiro para correr em uma categoria de turismo como a Stock Car, na qual o patrocinador aparece mais, do que tentar uma carreira em um campeonato de base europeu como a F3 Inglesa. Por isso, há poucos pilotos nacionais a caminho da F1. Você acha que o automobilismo brasileiro sofre um problema de formação nas categorias de fórmula?
Sim, há problemas. Temos que descobrir soluções para dar mais chances a talentos que não conseguem aparecer. Há muito talento no Brasil, mas o cara não consegue aparecer. Neste ano, a Nascar fez outra categoria nova e, por coincidência, outro neto meu, o Enzo, está correndo nela. Em todo o superspeedway nos EUA – Daytona, Talladega, Charlotte, Fontana –, eles fizeram um pequeno oval de aproximadamente 400 metros, pouco mais do que uma pista de atletismo, mas com largura de circuito [para divisão principal], e que usa uma parte do pitwall. E aí eles fazem uma categoria chamada Bandolero, que ninguém conhece no Brasil. É metade de um carro da Nascar, com idade mínima de nove anos e indo até 12 ou 13 anos, porque depois, já entra na categoria [principal]. É o máximo. Eles fazem apenas uma corrida em um dia da semana, à noite, para a molecada. Já no oval. Você imagina o que eles estão formando de piloto! Custa um pouco mais do que o kart, tem um motor quatro tempos estacionário, mas anda, o carro é fechado, com gaiola e tudo. É um minicarro da Nascar. E a molecada vem ralando, batendo, capotando. É impressionante. Como o Enzo está correndo nesta categoria, fui assistir lá, porque estava em Charlotte. É um negócio organizado pela Nascar, havia uns 40 e poucos moleques, três baterias até a final. Então tem todos os pais, a família, porque como é no fim de tarde, quem trabalha, pode ir. Isso é muito inteligente. E lotado, com gente na arquibancada, a televisão interna mostrando a pista, os comentaristas falando. Você imagina que, para a molecadinha, é demais eles correrem. A molecadinha de nove, dez anos, até 13. Isso é a Nascar. Imagina o que eles criarão de talentos.

Lucas Santochi – Eles criaram um ambiente bem diferente do que existe no resto do mundo, não?
É um mundo muito aberto. Três anos atrás, nas 600 Milhas de Charlotte, a corrida principal da Nascar, o Max [Papis, italiano, ex-piloto de Indy e F1 e genro de Emerson] estava correndo e eu estava com o meu filhinho Emmo, que tinha apenas dois anos. Eles têm um lugar que é um máximo, frequentado por todos do mundo da Nascar. A Igreja Batista tem um motorhome em que você deixa suas crianças, então se os pilotos e os engenheiros levam seus filhos pequenos, você tem um babysitter. Até isso tinha. Aí falei: “Vou deixar o Emmo aqui”. Mas o Max falou: “Não, não. Traz ele no grid”. E eu perguntei: “Como vou levá-lo para o grid?” E ele: “Não, antes de largar, leva ele, porque ele pode entrar”. E eu: “Mas posso andar com ele?”. E o Max: “Não, vem para o lado do meu carro”. Então, levei ele no colo, com dois anos de idade, do lado do carro do Max, quando falaram “Gentlemen, start your engines” [“Senhores, liguem seus motores!”, em português – uma tradição das corridas de oval nos Estados Unidos]. Nem eu sabia que isso era possível. É o mundo da Nascar. Você imagina as crianças com cinco ou seis anos de idade tendo contato com o carro. Os caras ficam supermotivados. Nunca mais vão esquecer, já crescem com aquilo na cabeça. Então, é o contrário, né? A Nascar atrai o público e as pessoas para interagir com a categoria.
http://tazio.uol.com.br/indy/emerson-sobre-castroneves-tem-gente-que-esquece-quem-o-ajudou

Existem muitas fórmulas para tentar melhorar o atual automobilismo brasileiro... mas se dependermos dos atuais dirigentes, o jeito é ir se despedindo dele.

Até a próxima coluna!
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Mensagem por El Mito' Qua Ago 14, 2013 12:40 pm

Chad, não entendo nada de automobilismo, mas admiro seu esforço para fazer esses textos do assunto que você mais gosta! Parabéns!
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