Circo, imprensa, deputado: detalhes da nova derrota do Goytacaz no TJD
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Circo, imprensa, deputado: detalhes da nova derrota do Goytacaz no TJD
Circo, imprensa, deputado: detalhes da nova derrota do Goytacaz no TJD
Uma crônica especial do segundo julgamento do clube que destrincha desde os bastidores e a guerra psicológica até o bater final do martelo
O Goytacaz viu todo o planejamento para a temporada ser decidido em um punhado de minutos. Nesta quinta-feira, durante a sessão do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), os dirigentes do Time da Rua do Gás sentiam o sonho de retornar à elite do futebol carioca se esvair a cada punhalada de realidade personificada no voto dos seis auditores que julgaram o recurso do clube no caso Talis.
O roteiro do quase ato final - o Goytacaz promete recorrer ao STJD - guardou elementos comuns aos dramas das telonas, exceto por uma peculiaridade cruel: a falta do improvável final feliz. No entanto, a “idiotice da objetividade” pode nos quase fazer esquecer dos detalhes que entranharam o ambiente do lado alvianil no Plenário Dr. Homero das Neves Freitas até o veredito derradeiro. E para tentar salvar deste mal que Nelson Rodrigues um dia acusou ter a imprensa brasileira, confira os detalhes que marcaram o julgamento do caso Talis pelo lado do Goytacaz.
Descontração na chegada e troca de peças
Jomar Garcia compareceu ao julgamento no Pleno
Jomar Garcia, presidente do Goytacaz, não havia comparecido ao julgamento na primeira instância. Entretanto, para o segundo round, o dirigente chegou antes mesmo da abertura das portas do plenário. E ele não estava sozinho: entre os acompanhantes estava o deputado estadual Geraldo Pudim, natural da cidade de Campos dos Goytacazes.
Na chegada, representates do Goytacaz e America ficaram confinados ao curto espaço de um corredor, que ligava os elevadores do prédio até a sala de julgamento do TJD-RJ. Sem muitos cumprimentos e assim como em uma arquibancada, cada um rumou para um canto diferente. A comitiva alvianil se instalou próximo à porta, onde a conversa se resumia às notícias descontraídas do mundo do futebol... da capital.
Logo de cara, era possível notar uma mudança no corpo jurídico do Goytavaz. A advogada Luciana Lopes, filha do presidente da federação e defensora do clube na primeira instância, fora substituída por um outro profissional. Desta vez, um homem: o jovem advogado José Manuel Brito.
Troca de estratégia e a imprensa no julgamento
Mauro Chidid defende o ponto de vista do America no julgamento
O julgamento começou sem grandes surpresas. Conforme anunciado previamente, o advogado do America, Mauro Chidid, argumentou novamente para que o Goytacaz fosse punido com a perda de nove pontos. Entretanto, a defesa do clube adotou uma nova e surpreendente estratégia. O advogado do clube admitiu a escalação irregular do zagueiro, mas somente na partida contra o Angra dos Reis, pela segunda rodada da Taça Corcovado. No entendimento do corpo jurídico do Time da Rua do Gás, Talis estaria apto para o jogo contra o Sampaio Corrêa. Portanto, o pedido era pela redução da pena de seis para três pontos, o que garantiria o Goyta no triangular final da Série B do Carioca e também nas semifinais da Taça Corcovado.
Chidid então retornou à tribuna levando consigo uma reportagem do GLOBOESPORTE.COM impressa. Em sua mãos estava a publicação que revelava o desabafo do gerente de futebol do Goytacaz, Júnior Brasília, sobre o caso Talis. Você confere a matéria clicando aqui. O advogado leu para os auditores trechos da reportagem. Enquanto as defesas duelavam para conquistar a simpatia do tribunal, outra guerra - desta vez psicológica - era travada nas cadeiras de quem acompanhava a sessão. Em determinado momento, Chidid ironizou as manobras feitas pela defesa do Goytacaz. Neste instante, um dos representantes do America não conseguiu segurar um esboço de gargalhada. Imediatamente, o expectador sentado ao lado do presidente Jomar Garcia, que parecia afundar na cadeira, se virou e encarou o rival com um semblante de total desaprovação.
A decisão e a metralhadora de Jomar
O julgamento prosseguiu e a defesa do Goytacaz chegava a sua primeira derrota. O auditor relator Rui Calandrini Filho deu o parecer indicando a manutenção da pena de seis pontos. Em seguida, o filme de terror para o clube: outros integrantes do Pleno seguiram o relator, e os dois restantes votaram pelo aumento da punição para nove pontos. A confirmação da manutenção da pena aplicada em primeira instancia feita pelo presidente do TJD-RJ, José Teixeira Fernandes, foi comemorada como um verdadeiro gol de placa pelo America. Do outro lado, o clima era de revolta.
Imediatamente, o presidente Jomar Garcia decretou: o clube vai recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça Deportiva (STJD). Enquanto os rivais posavam para fotos, o dirigente alvianil ligava a sua metralhadora. O primeiro alvo de Jomar foi o tribunal, quando bradou:
- O que vimos aqui foi um verdadeiro circo!
Em seguida, o mandatário do Goytacaz mudou a direção da mira e apontou para a imprensa. Segundo Jomar, a defesa do America levou à tribuna do TJD-RJ reportagens pagas pela diretoria do clube carioca.
- É um absurdo a defesa do America trazer ao julgamento matérias pagas - afirmou.
Questionado novamente se acreditava que a reportagem do GLOBOESPORTE.COM - publicação que o America usou na defesa - havia sido comprada, Jomar Garcia recuou.
- Disse que eram jornais pagos. Vocês são jornais? - disse.
O tema foi levado adiante. Novamente, o presidente foi perguntado sobre o que tinha a dizer sobre as declarações do gerente de futebol em uma rede social que originaram a reportagem. Hesitante, Jomar encerrou a discussão.
- Alguém pode ter postado no lugar dele, não acha?
Em seguida, lentamente o plenário foi sendo esvaziado. Exatamente como em uma partida de mata-mata, onde alguém precisa sair derrotado. O America partiu sorridente. Ao Goytacaz restou a volta dolorosa para casa pensando em uma nova estratégia a ser adotada no recurso ao STJD.
http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2013/07/circo-imprensa-deputado-detalhes-da-nova-derrota-do-goytacaz-no-tjd.html
Uma crônica especial do segundo julgamento do clube que destrincha desde os bastidores e a guerra psicológica até o bater final do martelo
O Goytacaz viu todo o planejamento para a temporada ser decidido em um punhado de minutos. Nesta quinta-feira, durante a sessão do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), os dirigentes do Time da Rua do Gás sentiam o sonho de retornar à elite do futebol carioca se esvair a cada punhalada de realidade personificada no voto dos seis auditores que julgaram o recurso do clube no caso Talis.
O roteiro do quase ato final - o Goytacaz promete recorrer ao STJD - guardou elementos comuns aos dramas das telonas, exceto por uma peculiaridade cruel: a falta do improvável final feliz. No entanto, a “idiotice da objetividade” pode nos quase fazer esquecer dos detalhes que entranharam o ambiente do lado alvianil no Plenário Dr. Homero das Neves Freitas até o veredito derradeiro. E para tentar salvar deste mal que Nelson Rodrigues um dia acusou ter a imprensa brasileira, confira os detalhes que marcaram o julgamento do caso Talis pelo lado do Goytacaz.
Descontração na chegada e troca de peças
Jomar Garcia compareceu ao julgamento no Pleno
Jomar Garcia, presidente do Goytacaz, não havia comparecido ao julgamento na primeira instância. Entretanto, para o segundo round, o dirigente chegou antes mesmo da abertura das portas do plenário. E ele não estava sozinho: entre os acompanhantes estava o deputado estadual Geraldo Pudim, natural da cidade de Campos dos Goytacazes.
Na chegada, representates do Goytacaz e America ficaram confinados ao curto espaço de um corredor, que ligava os elevadores do prédio até a sala de julgamento do TJD-RJ. Sem muitos cumprimentos e assim como em uma arquibancada, cada um rumou para um canto diferente. A comitiva alvianil se instalou próximo à porta, onde a conversa se resumia às notícias descontraídas do mundo do futebol... da capital.
Logo de cara, era possível notar uma mudança no corpo jurídico do Goytavaz. A advogada Luciana Lopes, filha do presidente da federação e defensora do clube na primeira instância, fora substituída por um outro profissional. Desta vez, um homem: o jovem advogado José Manuel Brito.
Troca de estratégia e a imprensa no julgamento
Mauro Chidid defende o ponto de vista do America no julgamento
O julgamento começou sem grandes surpresas. Conforme anunciado previamente, o advogado do America, Mauro Chidid, argumentou novamente para que o Goytacaz fosse punido com a perda de nove pontos. Entretanto, a defesa do clube adotou uma nova e surpreendente estratégia. O advogado do clube admitiu a escalação irregular do zagueiro, mas somente na partida contra o Angra dos Reis, pela segunda rodada da Taça Corcovado. No entendimento do corpo jurídico do Time da Rua do Gás, Talis estaria apto para o jogo contra o Sampaio Corrêa. Portanto, o pedido era pela redução da pena de seis para três pontos, o que garantiria o Goyta no triangular final da Série B do Carioca e também nas semifinais da Taça Corcovado.
Chidid então retornou à tribuna levando consigo uma reportagem do GLOBOESPORTE.COM impressa. Em sua mãos estava a publicação que revelava o desabafo do gerente de futebol do Goytacaz, Júnior Brasília, sobre o caso Talis. Você confere a matéria clicando aqui. O advogado leu para os auditores trechos da reportagem. Enquanto as defesas duelavam para conquistar a simpatia do tribunal, outra guerra - desta vez psicológica - era travada nas cadeiras de quem acompanhava a sessão. Em determinado momento, Chidid ironizou as manobras feitas pela defesa do Goytacaz. Neste instante, um dos representantes do America não conseguiu segurar um esboço de gargalhada. Imediatamente, o expectador sentado ao lado do presidente Jomar Garcia, que parecia afundar na cadeira, se virou e encarou o rival com um semblante de total desaprovação.
A decisão e a metralhadora de Jomar
O julgamento prosseguiu e a defesa do Goytacaz chegava a sua primeira derrota. O auditor relator Rui Calandrini Filho deu o parecer indicando a manutenção da pena de seis pontos. Em seguida, o filme de terror para o clube: outros integrantes do Pleno seguiram o relator, e os dois restantes votaram pelo aumento da punição para nove pontos. A confirmação da manutenção da pena aplicada em primeira instancia feita pelo presidente do TJD-RJ, José Teixeira Fernandes, foi comemorada como um verdadeiro gol de placa pelo America. Do outro lado, o clima era de revolta.
Imediatamente, o presidente Jomar Garcia decretou: o clube vai recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça Deportiva (STJD). Enquanto os rivais posavam para fotos, o dirigente alvianil ligava a sua metralhadora. O primeiro alvo de Jomar foi o tribunal, quando bradou:
- O que vimos aqui foi um verdadeiro circo!
Em seguida, o mandatário do Goytacaz mudou a direção da mira e apontou para a imprensa. Segundo Jomar, a defesa do America levou à tribuna do TJD-RJ reportagens pagas pela diretoria do clube carioca.
- É um absurdo a defesa do America trazer ao julgamento matérias pagas - afirmou.
Questionado novamente se acreditava que a reportagem do GLOBOESPORTE.COM - publicação que o America usou na defesa - havia sido comprada, Jomar Garcia recuou.
- Disse que eram jornais pagos. Vocês são jornais? - disse.
O tema foi levado adiante. Novamente, o presidente foi perguntado sobre o que tinha a dizer sobre as declarações do gerente de futebol em uma rede social que originaram a reportagem. Hesitante, Jomar encerrou a discussão.
- Alguém pode ter postado no lugar dele, não acha?
Em seguida, lentamente o plenário foi sendo esvaziado. Exatamente como em uma partida de mata-mata, onde alguém precisa sair derrotado. O America partiu sorridente. Ao Goytacaz restou a volta dolorosa para casa pensando em uma nova estratégia a ser adotada no recurso ao STJD.
http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2013/07/circo-imprensa-deputado-detalhes-da-nova-derrota-do-goytacaz-no-tjd.html
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