É triste saber que o horizonte do futebol brasileiro continuará sombrio mesmo após a necessária queda de Marin

De Vitor Birner

José Maria Marin, presidente do COL e da CBF, está firme no cargo como um elefante na areia movediça.
O drama para o futebol brasileiro é que apenas a saída dele, tão necessária quanto justa e urgente, não resolverá os problemas.
Marco Polo Del Nero, candidato de Marin nas próximas eleições da CBF em 2014, representa o continuísmo.
Há quem diga que Del Nero manda, hoje, mais que o próprio presidente da CBF e do COL.
A não ser que mude tudo o que defendeu até hoje, Marco Polo Del Nero manterá a força dos presidentes de federações estaduais e seus obsoletos campeonatos.
Para estes cartolas os estaduais são interessantes, apesar do fracasso de público e de ano após ano perderem espaço no coração de boa parte dos torcedores.
Me lembro que, tempos atrás, quando eu defendia o uso de times reservas em jogos do estadual muita gente me criticava.
Atualmente grande parte do público não se incomoda com isto e pensa como eu.
E pior:
Também não vê soluções realistas, funcionais e rápidas para a gestão de nosso futebol.
Na CBF quase todos os nomes representam mais do mesmo.
Fora dela, o mais forte é o de Andrés Sanchez.
Só os ingênuos desprezam a possibilidade de ele chegar ao posto de número um do futebol brasileiro.
É muito bem relacionado.
Tem, por exemplo, apoio irrestrito e declarado de Ronaldo Fenômeno.
O deputado federal Romário, forte crítico de Marin, também defende a candidatura do ex-presidente do Corinthians.
Andrés liderou a implosão do Clube dos 13 e impediu que os times da primeira divisão negociassem em bloco os direitos de transmissão dos jogos com a TV Globo.
Para o campeonato brasileiro teria sido melhor o acordo coletivo, pois diminuiria as diferenças dos valores pagos aos clubes, o que tornaria a competição mais equilibrada e consequentemente interessante.
Quem pensa como Andrés não deveria definir os destinos do futebol pentacampeão mundial.
Andrés também se mostrou parcial quando foi diretor de seleções brasileiras
No São Paulo, time detestado pelo ex-presidente corintiano, falam que fez o possível para atrapalhar a transação de Lucas com o PSG.
O presidente da CBF ou da Liga Independente, que seria uma das melhores ideias, deve ser isento na hora de agir.
As preferências afetivas e relações pessoais não podem pesar nas decisões.


O ideal seria a contratação de um gestor profissional. Alguém que não foi contaminado pela política dos bastidores da bola.
Se fosse um jogador respeitado e competente para exercer o cargo, sem interesses comerciais nas competições e patrocinadores, melhor ainda.
O presidente da CBF tem que fiscalizar as ações dos presidentes de federações estaduais, não agradá-los no intuito de se manter no poder.
Para quem não sabe, informo que são os presidentes das federações e os dos clubes da primeira divisão que elegem o primeiro mandatário da CBF.
Até hoje, a política de uma mão lava a outra parece ser a que prevalece.


Apoio a ideia, mas precisa ser tratada com seriedade.
A Liga deve estabelecer teto de gastos em contratações e no pagamento de salários.
Precisa ser rígida na fiscalização da gestão financeira dos clubes.
Necessita de árbitros profissionais e sem vínculos com federações.
Se não for assim, será apenas algo novo e criado para as coisas continuarem parecidas, mas com os novos interessados no comando.


Comentário: O Texto de Vitor Birner só mostra quão negro é o Futebol Brasileiro. Marin é um presidente ridículo, com aparições esdruxulas na mídia, envolvimento na ditadura militar, corrupto e uma administração lamentável. Mesmo que deixasse o cargo, estaríamos na mão de Marco Polo Del Nero. Mesma coisa. E caso Del Nero não entrasse, com certeza entraria outro da mesma raça. Quem sabe Shanchez entra em 2014 e faça alguma coisa. Eu duvido que muito coisa mude, mas não custa acreditar.